Que a família Yano se destaca na Leopoldina por comandar um buffet de qualidade, já não é novidade. Que dona Amélia Yano aos 73 anos é uma incansável voluntária do Pelezão, cuidando do florido jardim do clube, também não é nenhum segredo. O que pouca gente sabe, pelo menos até agora, é que existe um toque imperial em tudo isso. “Nossa família é da mesma linhagem de do imperador japonês Seiwa (reinou entre os anos 848 e 876)”, conta dona Amélia, que descobriu essa antiga origem dos Yano em 1985, após entrar em contato com uma prima que pesquisa a árvore genealógica da família. “Essa história está registrada num templo na cidade de Kyoto, onde foi sepultado o imperador Seiwa.Lá existe um pergaminho que não pode ser fotografado. Minha prima conseguiu a transcrição de parte desse documento feita por um monge que atua no templo. Temos uma cópia da transcrição que guardamos com muito orgulho”, acrescenta.
Avançando mais de 1.100 anos na linha do tempo, a história dos Yano na região da Lapa começa no final dos anos 70, conforme lembra dona Amélia, uma sansei (neta de japoneses). “Morávamos em Presidente Prudente. Eu e o meu marido tínhamos uma fábrica de móveis (Estrela), que era de pequeno porte, mas pensava com criatividade. Foi a Estrela que fabricou no Brasil o primeiro berço com trocador. Em 68 surgiu a oportunidade de mudarmos radicalmente o rumo de nossas vidas. Deixamos Prudente e investimos na Lanches Farmel, um franquia do no Rio de Janeiro, que levamos para Jundiaí. Tempos depois, já em São Paulo, apostamos na venda de suco de laranja”, relata a empresária.
O produto teve grande aceitação era conhecido como “Laranjinha”, pois o suco (essência) era embalado em recipientes plásticos em forma de laranja. Também embalagem era produzida pela família Yano
Essas primeiras e bem sucedidas investidas no campo da alimentação levaram os Yano a ousar ainda mais. “Conseguimos uma concessão para atuar na Ceagesp. Entramos para vender sucos. Deu certo. Depois decidimos fabricar sorvetes. Era verão e o negócio foi de vento em popa Mas o inverno mostrou que a coisa não seria fácil. Mas como na Ceagesp não tinha ninguém que vendesse pastel, decidimos montar uma barraca por lá. O curioso é que ninguém na família sabia fazer pastel. Fomos atrás de quem soubesse fazer”, conta Dona Amélia. Pastel e Ceagesp era uma combinação perfeita, tanto que, impulsionados pelas vendas, os Yano agregam valor ao negócio e começam a fabricar salgados. Foi aí que surgiu a Salgadinhos Amélia Ltda. “Ficamos na Ceagesp até 1988. Mas antes, em 1984, abrimos o buffet, que sempre funcionou na Leopoldina, primeiro na Rua Barão de Segi hoje na Rua Potsdan”, afirma a empresária, que leva adiante um negócio que deu certo ao lado das duas filhas Cristina e Celina e do genro Celso.
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