No bairro da Lapa de Baixo a linha do tempo tem uma marca de destaque no ano de 1935, quando a cidade tinha como prefeito Fábio Prado. Naquele ano,o poeta Mário de Andrade estava à frente de um ousado programa: a gestão dos chamados Parques Infantis, sob a tutela do Departamento de Cultura, tendo como público-alvo filhos dos trabalhadores numa área industrial como a Lapa de antigamente.
Uma das unidades do projeto teve como sede o Largo da Lapa. Passados 75 anos, boa parte das estruturas físicas dessa iniciativa do poeta da Paulicéia Desvairada está preservada, servindo de base para os trabalhos na área de educação e cultura desenvolvidos na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Neyde Guzzi. A proposta de Mário da Andrade caminhava pelo campo da educação não-escolar, ou seja a oferta de um espaço que fosse ocupado pelas crianças num horário alternativo àquele onde já era oferecida educação pública de qualidade. “Não se tratava de uma escola formal, mas de um parque onde eram desenvolvidas muitas atividades culturais e recreativas, inclusive brincadeiras na piscina”, conta Mayra Ozetti, diretora da Emei Neyde Guzzi.
Considerada modelo em termos de qualidade de ensino na rede municipal paulistana, a escola do Largo da Lapa atende crianças de 3 a 5 anos sem abandonar as lições do poeta-educador Mário de Andrade. “As crianças ficam conosco num período estendido de seis horas. Servimos um lanche e uma refeição”, explica Mayra, ex-aluna da escola nos anos 60. “Com essa carga horária conseguimos desenvolver vários projetos unindo educação e cultura. Um deles é justamente o trabalho em cima da questão da memória, resgatando o passado da nossa escola”. (fonte: Jornal da Gente)
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