terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Desenvolvimento - Na rota dos trilhos (1)

A Lapa e bairros vizinhos devem seu desenvolvimento aos trilhos implantados na região pela companhia inglesa São Paulo Railway. Para entender como ferrovia influenciou a história de bairros como Lapa, Lapa de Baixo e Vila Leopoldina, entre outros, o ideal é conhecer o que fizeram os ingleses em São Paulo a partir da segunda metade do século XIX, colocando o desenvolvimento econômico literalmente nos trilhos;
O site  da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária - Regional São Paulo  resume essa grande epopéia do desenvolvimento do Estado e da cidade de São Paulo.

"Originário da Etiópia, onde é consumido desde a antiguidade, o café foi introduzido no Brasil na década de 1720. Plantado inicialmente no Estado do Pará, o seu cultivo estendeu-se pela faixa litorânea do país até alcançar o Estado de São Paulo. Com a queda do comércio açucareiro em 1805, os fazendeiros paulistas do Vale do Paraíba começaram a substituir as plantações de cana-de-açúcar pelos cafezais. A prosperidade das cidades valeparaibanas e a expansão do mercado internacional atraíram a atenção de fazendeiros de outras regiões do Estado, que também passaram a cultivá-lo.

 Em algumas décadas, o Estado de São Paulo se tornaria o maior produtor mundial de café. A partir de 1850, acentua-se a importância do café para a economia do Estado e até mesmo do país. Extensas áreas de floresta são derrubadas para implantação de novas áreas de cultivo. Fazendas vão sendo instaladas em regiões cada vez mais distantes do litoral. Aumentavam as distâncias e o tempo para percorrê-las tinha de ser cada vez menor. O tradicional sistema de transporte em lombo de mulas não mais atendia às necessidades.

Depois de 1867, a riqueza de São Paulo começa a deslizar sobre trilhos. Naquele ano entrava em operação a São Paulo Railway, a primeira ferrovia paulista. Estendendo-se só até a cidade de Jundiaí, a São Paulo Railway atendia apenas parcialmente às necessidades de escoamento da produção. A lavoura do café expandia-se e era preciso transportá-la de regiões cada vez mais distantes. Nos anos que se seguiram outras companhias levaram suas linhas até os mais longínquos pontos do território paulista. Um grande número de ramais e pequenas ferrovias completava rede. Direta ou indiretamente, todos os trilhos do Estado convergiam para o terminal de Jundiaí, de onde a São Paulo Railway transportava o café até o porto de Santos”.

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