Na recém criada República dos Estados Unidos do Brasil, o ano de 1890 marcava os primeiros momentos do governo provisório do presidente Deodoro da Fonseca. Naquela época, ainda reflexo da política do imperador deposto, Pedro II, o porto de Santos continuava recebendo imigrantes europeus como mão-de-obra ,que vinha substituir o trabalho escravo, abolido no 13 de maio de 1888, justamente por força da ação de republicanos históricos.
Do convés de um dos navios ancorados no cais santista desembarcavam o casal Nicola e Maria Antonia Festa e os filhos Concheta e Estanislau. Começava, naquele momento, uma rica história dos Festa no Brasil. “Meu avô acabou se estabelecendo aqui na Lapa”, conta o neto Edson Festa. “Ele adquiriu lotes de terra na região da Rua Guaicurus na direção da Trajano. Nessas chácaras ele e minha avó cultivavam frutas e verduras. A vovó saia pela vizinhança para vender esses produtos”.
A Lapa é conhecida, hoje, como um bairro festeiro, mas já naquela época, os moradores da região faziam questão de se confraternizar, invariavelmente em eventos organizadas por Nicola. Numa devoção de origem italiana, ele organizou a irmandade de São Vitalino e Nossa Senhora do Carmo. Assim, a Igreja acabaria se tornando promotora de grandes festejos com muita diversão para o público: gincanas, fogos de artifício, pau de sebo... “Nesse movimento todo, o vovô era conhecido como o ‘festeiro’. Em todos esses eventos estava presente a Corporação Musical da Lapa (Banda Operária)”, revela Edson Festa.
Com os negócios indo de vento em popa, Nicola adquiriu outros terrenos na região da Lapa. Dada a amizade com os músicos da banda, o imigrante italiano acabaria doando um desses lotes (Rua Joaquim Machado esquina com Trajano) para a construção da sede da Corporação Musical, edifício que existe até hoje.
Além de festeiro e amante da boa música, Nicola Festa não negava ajuda aos mais necessitados, auxiliando famílias desabrigadas, dando-lhes moradia gratuita e ainda dinheiro para as despesas do mês.
Hoje, o ítalo-lapeano empresta seu nome à praça na Roma com Trajano, num terreno que era de propriedade da sua família.(Fonte: Jornal da Gente - Texto: Eduardo Fiora)
Que emocionante.
ResponderExcluirMeu bisavo
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