quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ferrovia: A Lenda das Beyer-Garrat’s enterradas na Lapa



Essa história circulou há muito tempo em alguns fóruns de discussão sobre ferrovias brasileiras. E como sabemos, as informações hoje em dia andam rápidas demais. A cada vez que um comentário desses é repassado, alguma coisa nele é aumentado.

No final das contas, a história acaba sendo de que existem enormes Locomotivas Beyer-Garrat’s da SPR enterradas nas oficinas da Lapa. Essa história pode ser uma “meia verdade”.

Não que lá exista uma locomotiva inteira enterrada. Mas, durante as ampliações das oficinas para se adequar à manutenção dos então recém chegados Trens-Unidade Elétricos Budd em 1957, várias aterros foram feitos na oficina.
Com exceção das Locobreques, todas as locomotivas a vapor da SPR já estavam desativadas em 1956, quando chegaram as 45 Lambretas (GE 65 e 80T), que decretou o fim da Era Vapor na SPR/EFSJ (claro que ainda teve um “chorinho” das Locobreques até 1983).
Muito do material usado no aterro era de material sucateado, dentre eles, locomotivas a vapor.
As Garrats “Grandes” (4-6-2+2-6-4) já estavam paralisadas desde 1951, assim como as “Pequenas” (2-4-0+0-4-2). A chance das sucatas dessas locomotivas estarem entre a sucata usada no aterro são grandes. Mas, podemos considerar que se começarmos a cavar, no máximo haverá um rodeiro de truque guia inteiro, não uma “locomotiva inteira”, como diz a lenda.
Acima vemos a foto de uma das Beyer-Garrat “Grande” (Classe R – 4-6-2+2-6-4)

Foto: Beyer Peacock’s Official Latin American Archive
Thomas Corrêa às 20:57

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Memórias - Lapa- Tempo de Natal

SLeia as histórias

:: Lapa de Jesus e a discórdia de Natal ::

Categoria: Paisagens e lugares
Autor(a): Paulo Fábio Roberto | história publicada em 30/08/2010 em http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=4304
Era época de Natal, ainda morava na Vila Mariana. Meu pai tinha uma casa na Lapa, Rua Albion. Nela moravam, além de minha avó Carolina, meus tios Roque e Lydia, ambos solteiros e tia Lúcia (irmã de meu pai) viúva e professora de piano, com seu filho Antonio Carlos.

Como em todos os natais, visitávamos a vovó Carolina. Era de praxe.
Vovó era a matriarca dos Roberto, especialista em reunir o maior número de membros da família, em datas comemorativas. Para a casa dela fluíam noras, genros, filhos netos e alguns bisnetos, além dos irmãos ainda vivos com seus filhos e netos. Parecia, então, um daqueles filmes italianos onde toda a família se reúne em volta de uma mesa, que chega a lembrar aquela da "Santa Ceia de Da Vinci", onde todas as situações mais estapafúrdias podem se desenrolar: desde uma enorme briga entre os parentes por aparentemente nada, até as mais altas demonstrações de emoção afetiva entre alguns membros mais "etilizados" devido aos efeitos dos aperitivos antes do almoço. Drinques preparados caprichosamente pelo Tio Roque, e que algumas das crianças esperavam para provar as sobras enquanto os adultos se distraiam.

Eu estava lá pelos meus cinco anos de idade. Como de costume, dormira na casa de minha avó para, junto com meu primo Antonio Carlos, esperarmos a chegada de "Papai Noel" e abrirmos os presentes logo cedinho pela manhã. Era uma farra!

Depois de abrirmos os presentes, tomávamos o café matinal e seguíamos para a Igreja Nossa Senhora da Lapa, onde assistíamos à costumeira missa de Natal, todos juntos. A missa era realizada pelo Monsenhor Marcelo, não o Rossi, mas um obeso, baixo e sisudo senhor de seus 70 anos. 

No salão paroquial, ao lado de Igreja, todos os anos era montado um enorme presépio mecanizado. Terminada a missa, eu e o Antonio Carlos não perdíamos a oportunidade de visitar a famosa instalação. Podíamos ver mulheres lavando roupa num rio quase imaginário, ferreiros com suas bigornas, marceneiros serrando, camponeses ordenhando, pastores conduzindo rebanhos, pássaros voando, os Três Reis Magos a caminho da gruta, anjos rondando a manjedoura, e é claro Nossa Senhora, São José e o Menino Jesus. Uma verdadeira obra de engenharia, movida a motor, correias e engrenagens; tocando as famosas músicas natalinas (Noite Feliz, Natal das Crianças, etc.).

Na volta, após os aperitivos servidos aos adultos, a mesa estava posta para o almoço. Em geral e costumeiramente uma deliciosa massa caseira (quase sempre um "raviolli" de ricota ou um "richietelle" ao sugo), seguida de saladas, salpicões, maioneses, carnes recheadas, frango, pernil, farofas e outras delícias. Para os adultos, a bebida era um vinho tinto ou cerveja. Para as crianças, refrigerante. E por último a sobremesa: podia ser um pavê, "pastiera di grano", panetone recheado de sorvete, torta gelada de nozes ou outro doce que as mulheres sempre caprichavam em fazer.

A propósito, os adultos almoçavam na tal mesa improvisada em cavaletes, que ia da longa sala de jantar, atravessando o arco de passagem e findava na sala de estar. E como sempre, as crianças acabavam almoçando numa mesa montada no quintal da casa.

Logo após o almoço, alguns adultos empanturrados de comida, se recolhiam para dormir, distribuídos nos três quartos do segundo andar da casa. O restante do pessoal se reunia para conversar, enquanto algumas das mulheres iam para a cozinha "dar um jeito" na louça.

O piano da tia Lúcia tinha uma função muito importante: minhas primas, Cecília e Sônia (que tocavam muito bem), abriam as partituras de músicas natalinas, reuniam os primos e organizavam coral dividido em vozes (eu era sempre a quarta voz) para cantarmos as músicas da época.

Nesse dia, ao cantarmos Noite Feliz, no meio da música, lembro-me que com meu tremendo temperamento "fechei o maior tempo". Ao chegar à estrofe da Noite Feliz "eis na Lapa, Jesus nosso bem...", interrompi a cantoria e explodi! Quase quebrei os dedos da Cecília, fechando a tampa do piano. Esbravejando, exigi uma explicação de porque na Lapa e não na Vila Mariana onde eu morava. Senti-me excluído... Fiquei inconformado! Ameacei brigar com todo mundo.

Até que minha mãe, num pacificador gesto natalino, me explicou que lapa era a pedra da gruta da manjedoura e não o bairro... Isso deve ter demorado pelo menos dez minutos de briga, até que meu ânimo se acalmasse.

Só assim pudemos continuar com as cantorias. Voltou a reinar a calmaria... E o Natal terminou na mais santa paz, como recomenda a data.

E-mail: fabbito@uol.com.br

Memórias- Praça Cornélia: namoro recatado


:: Praça Cornélia ::

Categoria: Paisagens e lugares
Autor(a): Adelmo Vidal | história publicada em 16/01/2012 em http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=6060

Eu morava na Rua Coriolano, próximo à Praça Cornélia, no bairro da Água Branca. 

No centro da praça havia um tanque d'água de forma circular. Tinha também a Igreja de São João Vianei, cujo pároco, durante muitos anos, foi o Padre Moura. 

Aos sábados e domingos havia o "footing" que ia da referida praça até a Rua Duílio, ao longo da Rua Clélia. Os rapazes ficavam parados enquanto as moças desfilavam. Um olhar, um sorriso, uma abordagem, iniciava o namoro. O casal ia sentar-se nos bancos da praça. Às vinte e duas horas as moças “de família” tinham que voltar para casa.

Às vésperas de uma eleição havia um diretório em cima da farmácia. Lembro-me da música da campanha: "presidente Getúlio, Ademar senador e Lucas Garcês para governador. É PTB, é PSP, os dois estando juntos, nós vamos vencer". E venceram...


E-mail: adelmovidal@hotmail.com

Memória- Romana: Recordando os anos 50



:: Vila Romana, um bairro paulistano ::

Categoria: Paisagens 
Autor(a): J. Grassi | história publicada em 26/07/2012 no site http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=6841
No final da década de 1950, a nossa Vila Romana era um bairro de classe média baixa com algumas possibilidades de ascensão social, mas ainda com uma forte influência dos imigrantes italianos e de seus descendentes que por aqui se fixaram. Os grandes quarteirões de dez mil metros quadrados haviam sido ocupados por muitas indústrias e fábricas, como exemplo a Cia Melhoramentos de São Paulo de papéis, ou estavam sendo cortados por novas ruas cujos segmentos muitas vezes não respeitavam a sua concepção original de forma a permitir que as moradias tivessem acesso à via pública.

As casas, invariavelmente, eram todas parecidas. Sempre tinham um quintal com árvores frutíferas e, por menor que fosse a moradia, era comum que mais de uma família morasse em cada uma delas. Atualmente, a Vila Romana tem apresentado uma vertiginosa transição das pequenas casas e sobrados de classe média, transformando-se em oficinas de pequenas confecções; pouquíssimas fábricas ainda hoje em funcionamento e outras abandonadas para dar lugar a edifícios de médio e alto padrão, como acontece em quase todos os bairros de São Paulo, atendendo ao fruto da desenfreada exploração imobiliária. 

Ela está muito próxima do Sesc Pompéia, portador de teatros, quadras esportivas, piscina coberta; do Palestra Itália, atual Sociedade Esportiva Palmeiras; dentre outras áreas de lazer, como o recém reformado e reinaugurado teatro Cacilda Becker na Rua Tito; do Bourbon Shopping Center Pompéia, onde se concentram importantes lojas e com onze salas de cinema, restaurantes e o teatro Bradesco. A nossa Vila Romana é um bairro localizado na zona oeste da cidade de São Paulo e faz parte integrante da Lapa. Mas, voltemos ao passado, e vamos palmilhar suas ruas e relembrar as vilas da Roma antiga que eram semelhantes às moradias da Vila Romana paulistana cujas edificações formavam o centro de uma propriedade agrícola.

A nossa Vila Romana paulistana é, portanto, originalmente semelhante à velha Roma italiana. Seu loteamento, planejado no século XIX, contendo chácaras com aproximadamente dez mil metros quadrados, talvez em virtude da semelhança com a Roma antiga. É que seus primeiros moradores, de descendência italiana, escolheram os nomes de batismo de seus imperadores, juristas, deuses romanos, sempre com o pré-nome, como: Claudio, Vespasiano, Tito, Marco Aurélio, Espártaco, Crasso, Catão, Camilo, Mario, Aurélia, Duílio, Fábia, Marcelina, Coriolano, Scipião, Faustolo, Cornélia, Caio Gracco entre outros. E quem eram essas figuras no antigo império romano? 

Vejamos os nomes através da história: 

Rua Claudio: o nome imperial era Tiberivs Clavdivs Caesar, expulsou os judeus de Roma. Deixou-se dominar pelos libertos Palas, Narciso e Polibios e por Messalina, sua esposa. Depois, mandou matar Messalina e desposou Agripina, sua sobrinha. Foi envenenado por Locusta, a mando de Agripina.

Rua Vespasiano: de nome imperial Vespasianvs Caesar Avgvstvs, era trabalhador, econômico e enérgico. Lutou contra os judeus durante a Primeira Guerra Judaico-Romana, onde foi proclamado imperador pelas tropas. Iniciou a construção do Coliseu de Roma.

Rua Tito: Flavio ou Titvs Flavivs Vespasianvs, filho de Vespasiano, Tito inaugurou o Coliseu de Roma. Capturou Jerusalém antes de ser imperador, pondo fim à Primeira Guerra Judaico-Romana. Durante o seu reinado, as cidades de Herculano, Pompéia e Establa foram destruídas pela erupção do Vesúvio. Pelo seu bom governo recebeu o título de "delícias do gênero humano”.

Rua Marco Aurélio: Marcvs Annivs Vervs Avrelivs Caesar Avgvsti, filósofo estóico autor de “Pensamentos”, considerado o melhor imperador desde Augusto. Durante seu reinado, os germanos forçavam as fronteiras do império. Perseguiu os cristãos. Morreu em Viena em Março de 169.

Rua Espártaco: em latim Spartacus. Foi gladiador de origem trácia, líder da mais celebre revolta de escravos na Roma Antiga, conhecida como Terceira Guerra Servil, ou Guerra dos Gladiadores. Espártaco liderou, durante a revolta, um exército rebelde que contou com quase 100 mil ex-escravos.

Rua Crasso: Marco Licínio Crasso, em latim Marcus Licinius Crassus, foi um patrício, general e político romano do fim da antiga República Romana, mais conhecido como Crasso, o Triunviro. Comandou a vitória decisiva de Lucio Cornélio Sula e esmagou a revolta dos escravos liderada por Espártaco.

Rua Catão: Marco Pórcio Catão, em latim Marcus Porcius Cato, também conhecido como Catão, o Velho ou o Censor, foi um político romano e pro-cônsul de Roma em 195 a.C. e censor em 184 a.C..

Rua Camilo: atribuiu-se a Marco Fúrio Camilo a reforma na Constituição do Exército Romano.

Rua Mario: Caio Mario introduziu uma reforma revolucionária no exército romano quando, em vez de fazer um recrutamento na ordem das classes censitárias, aceitou simplesmente o ingresso na linha de frente do exército de todos os cidadãos disponíveis.

Rua Duilio: foi um general que comandou o exército romano na Primeira Guerra Púnica.

Rua Fábia: Terência, esposa de Cicero, tinha uma meia irmã, ou talvez prima, chamada Fábia que, em criança, tinha se tornado uma virgem vestal, o que era uma grande honra. As vestais, em latim virgo vestalis, na Roma antiga, eram designadas como sacerdotisas que cultuavam a deusa romana Vesta. As virgens vestais eram obrigadas a preservar sua virgindade e castidade.

Rua Marcelina: Marcelina provavelmente nasceu em Roma, em 327, membro da ilustre família dos Ambrosinos sobre o domínio do Império de Constantino Magno.

Rua Coriolano: Caio Márcio, cujo apelido era Coriolano, um general romano que tomou a cidade de Corioli dos volscos, e se tornou a figura política mais odiada entre o povo romano. Os nobres, temerosos que grassasse a fome e atiçasse ainda mais o rancor entre as classes dominantes, não acatou as terríveis sugestões de Coriolano.

Rua Scipião: Públio Cornélio Cipião Africano, o nome em latim é Publius Corne lius Scipio Africanus, foi um general romano durante a Segunda Guerra Púnica e um grande estadista da República Romana.

Rua Faustolo: Faustolo era um pastor empregado de Amúlio, e que achou a cesta com as duas crianças Rômulo e Remo e entregou para Aca Laurência, sua esposa, que foi ama de Rômulo.

Pça. Cornélia: Cornélia Cinila, em latim Cornélia Cinnila, era filha do cônsul romano Lucio Cornélio Cina. Ela foi casada com Júlio Cesar.

Rua Caio Graco: Caio Semprónio Graco, em latim Gaius Sempronius Gracchus, foi um político romano do século II (154-121 a.C).

Eis aí, alguns membros históricos da Roma Antiga que emprestam seus nomes à nossa Vila Romana paulistana, um agradável e simpático bairro paulistano da zona oeste de São Paulo situado entre as divisas de Vila Pompéia e Lapa. 


E-mail: jr_grassi@yahoo.com.br

Memórias - Romana Pompeia e vizinhança: marcas da industrialização


:: Vila Pompeia, Indústrias Matarazzo, Lapa e Vila Romana ::

Categoria: Paisagens e lugares
Autor(a): Marcos Rogerio Pereira Gonçalves | história publicada em 06/07/2012
Quando eu era pequeno minha avó contava a história do grande industriário Matarazzo, com suas fábricas enormes (uma na Lapa), as indústrias reunidas Matarazzo Petybon, na esquina da Aurélia com a Rua Fábia e Coriolano. Logo na mesma rua, abaixo, a Melhoramentos, na Rua Tito e, nessa mesma rua, a Faber Castell, esquina com Barão de Bananal, na Pompeia. Seguindo em frente, atravessa a Pompeia em sentido Rua Padre Chico existia a antiga fábrica dos brinquedos Troll. Alguém se lembra da Troll? Era na Rua Padre Chico, esquina com a Rua Diana, hoje, prédio da Secretaria da Educação, ao lado do Colégio Miss Browenn, em frente ao posto Petrobras, voltando para Francisco Matarazzo, em frente ao Palmeiras. 

Sabe por que o Palmeiras existe? Foi graças ao conde Francisco Matarrazzo, com seus funcionários, que fundou um clube em frente à indústria dele para se divertir e, hoje, o Palmeiras só existe graças ao italiano Palestra Itália, porque foi o Matarazzo quem fundou. Mas, o Palmeiras não que saber da história e, por isso, quando você passa em frente ao Palmeiras, na Rua Turiassu, no bairro da Pompeia, não tem mais “Palestra”. Tiraram o nome que ele deu. As cores mudaram era italiana. As cores azul, verde escuro, vermelho e verde, a camisa branca. 

Não se esqueça: ao redor do Palestra Itália, situado entre a Avenida Francisco Matarazzo em sentindo a Avenida Antártica, colado com o Palmeiras, tinha o depósito da Antártica, de cervejas e refrigerante, por isso o nome Avenida Antártica. Na Rua Turiassu, esquina com Avenida Pompeia, em frente ao Sesc, ao lado direito, existia o famoso Shopping Center Matarazzo e, ao lado, o depósito da Brahma, cerveja e refrigerante. Na Avenida Matarazzo, a famosa fábrica Francis, sabonetes e vários produtos, até mesmo o sabão Razzo. Também nessa avenida tinha a fábrica Eucatex, de forro, da família Maluf, que era terreno do Matarazzo. 

Por favor, queria que vocês lessem minha história, vejam se está tudo certo e me corrijam se eu estiver errado porque essa foi uma história contada pelos meus ancestrais que trabalharam na Pompeia, na indústria do Matarrazzo. Vejam se eu contei certo a história das indústrias e mandem a história verdadeira caso eu esteja errado. 

Esqueci... Na Rua Roma, com a Rua Catão, tinha as fábricas da Cinzo e Leopardo, fábrica têxtil de blusas, Leopardo, canetas e brindes. Hoje, a maioria, foi demolida. Agora existem prédios, uma quadra abaixo do Hospital Sorocabano.


E-mail: marcolino.rogerio@gmail.com

Memórias - Anastácio: No tempo das industrias



:: Vila Anastácio ::

Categoria: Nossos bairros, nossas vidas
Autor(a): Luiz Carlos Viviani | história publicada em 25/11/2010 no site http://www.saopaulominhacidade.com.br/list.asp?ID=4530

Nasci nesse bairro em 1948, mais exatamente na Rua Conselheiro Ribas, pois naqueles tempos quem fazia os partos era uma Húngara chamada Dona Rosa, a Cegonha. 

Em 1953 tive a infelicidade de ser atropelado por um Fordinho 1929 e graças aos socorros dos vizinhos sobrevivi, porém ficando com um pé lá outro aqui por uns tempos.

Foi na Vila Anastácio que passei a maior parte da minha vida. Lá me criei, estudei, me casei e trabalhei por quase 30 anos na Sofunge, empresa do grupo Mercedes Benz.

Nesse bairro tínhamos tudo que precisávamos, não faltava nada. Tínhamos cinema, bailes, clubes e garotas bonitas às pencas, resultado de uma mistura das raças que o habitava. Casei com uma garota da Vila e estamos juntos há quase 40 anos.

Tivemos na década de 60 uma das melhores linhas de ônibus da Capital que fazia o percurso Vila Anastácio até a Praça Patriarca.


Fiz o Ginásio no Colégio Estadual Alexandre Von Humboldt, que fica situado quase próximo onde hoje a fica a Marginal. 

Tenho grandes recordações desse lugar, pois tive grandes amigos e vizinhos maravilhosos, que é o que falta nos dias de hoje. O ser humano ficou frio e pouco sociável. É uma pena.

Na Vila Anastácio só era desempregado quem quisesse, pois lá existiam grandes indústrias, tais como Gessy Lever, Refinações de Milho Brasil, Anderson Clayton. Mafersa, Sofunge, Frigorífico Armour, Telespark etc. 

Hoje resido em Peruíbe, no litoral, mas ainda passo pela querida Vila, quando de visita à São Paulo.

Viva a Vila Anastácio. Forever!

Abraços a todos!

E-mail: luiz_viviani@terra.com.br